ARRÁBIDA
A SERRA
E O MAR




A serra e o mar. A Arrábida ergue-se, majestosa, marcando a paisagem e a vivência da região da Península de Setúbal.
Mais do que uma “serra” – como, carinhosamente, é conhecida pelas populações locais – a Arrábida é uma extensa cordilheira, que se estende pelos territórios dos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, de mãos dadas com a foz do rio Sado.
Setúbal, com as suas tradições piscatórias, gastronomia marcante e ligação íntima ao Estuário do Sado, é um ponto de entrada privilegiado na Serra. A partir do seu centro histórico ou da encosta do Forte de São Filipe, contempla-se o azul infinito e o recorte dramático da serra – uma fusão perfeita entre património urbano e natureza selvagem.
Palmela, com o seu castelo imponente e vinhedos que se estendem pelas encostas, representa a vertente rural e vinícola da Arrábida, onde o património natural se cruza com tradições centenárias. É também porta de entrada, pela Serra do Louro, para trilhos deslumbrantes e miradouros que revelam toda a grandiosidade da serra.
Do lado de Sesimbra, o parque abraça a costa atlântica, com as suas praias escondidas, onde a serra mergulha diretamente no mar. Mas é no extremo ocidental do parque que se ergue um dos seus pontos mais simbólicos: o imponente Cabo Espichel. Com uma forte ligação ao mar e às comunidades piscatórias, a vila de Sesimbra, com o seu castelo e tradição marítima, completa este retrato com autenticidade e alma.
A biodiversidade é imensa! Abriga espécies raras de fauna e flora, grutas naturais e paisagens únicas que mudam com a luz do dia. E no meio da serra, quase invisível à distância, o Convento da Arrábida lembra-nos que este lugar foi, sempre, refúgio por quem busca silêncio, beleza e transcendência.
![]() Caminhos de Azeitão | ![]() Caminhos de Azeitão | ![]() Percurso do Alto do Formosinho |
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![]() Estação arqueológica do Creiro | ![]() Caminhos de Azeitão | ![]() Caminhos de Azeitão |
![]() Cabo Espichel | ![]() Cabo Espichel | ![]() Caminhos de Azeitão |
![]() Encostas da Escudeira, Vale de Barris | ![]() Vista para o castelo de Palmela e Setúbal | ![]() Serra dos Gaiteiros |
![]() Castro de Chibanes | ![]() Serra do Louro | ![]() Vista para norte a partir da Serra de São Francisco |
![]() Serrar de São Francisco | ![]() Ermida das Brotas | ![]() Pradaria |
![]() Serra de São Luís | ![]() Percurso das Terras do Risco | ![]() Percurso das Terras do Risco |
![]() Percurso das Terras do Risco | ![]() Percurso das Terras do Risco | ![]() Cabo Espichel |
![]() Cabo Espichel | ![]() Percurso de Chã dos Navegantes | ![]() Percurso de Chã dos Navegantes |
PARQUE NATURAL
DA ARRÁBIDA
A cordilheira da Arrábida, à qual o parque natural deve a designação, é uma área de influência mediterrânica muito significativa. Ao longo das suas elevações, apresentam-se belas paisagens, onde a serra se constitui como barreira orográfica entre o litoral e o interior, possuindo vegetação exuberante.
A orientação da cordilheira é ENE-OSO, apresentando um comprimento de cerca de 35 km e uma largura média de 6 km.
A altitude máxima é de 501 m, no anticlinal do Formosinho.
O território do Parque Natural da Arrábida, que ocupa uma superfície de aproximadamente 17 mil hectares, dos quais mais de 5 mil são de superfície marinha, foi objeto de uma ocupação humana desde os tempos pré-históricos, de que resulta um património cultural e religioso significativo, com destaque para o Convento da Arrábida, bem como atividades tradicionais ainda com elevado peso no território, como a pesca e a produção de queijo, vinho, como a casta Moscatel, e mel, devido à abundância das flores aromáticas como alecrim, murta, esteva, lavandula, tomilho e tojo.
A localização privilegiada no extremo ocidental do continente europeu aliada às características climáticas e geológicas permitiram que neste local se desenvolvessem processos naturais ímpares ao longo da história da flora.
A vegetação, apesar de muitas semelhanças com a de outras serras calcárias localizadas mais a norte, apresenta aspetos exclusivos, como o carrascal arbóreo e o tojal.
As regiões calcárias do país são também dos locais mais ricos em orquídeas e o Parque Natural da Arrábida não é exceção, com cerca de 30 espécies da família Orchidaceae referidas para a área.
Também a nível da fauna, o território da Arrábida apresenta muitas especificidades, com evidência para as aves que veem este local como privilegiado para as suas rotas migratórias.
A águia de Bonelli, a águia-de-asa-redonda ou búteo e o peneireiro-comum são todas rapinas ameaçadas que nidificam nas falésias. Estes habitats são também local para a ocorrência de um vasto conjunto de outras aves, como a
águia-pesqueira, o bufo-real, o corvo-marinho-de crista e o pombo-das-rochas.
O Parque Natural da Arrábida constitui um local privilegiado para a observação de aves e para o estudo das interações entre as aves migradoras e as plantas mediterrânicas. Estas interações são do tipo mutualista e parece estarem associadas a um processo de coevolução.
Além das aves, morcegos e mamíferos como raposa, gineta, saca-rabos, javalis, lebres e coelhos são habitantes comuns deste território. De ressaltar ainda o facto de o gorgulhoesmeralda-rosado Cneorhinus serranoi e o caracol Candidula setubalensis ocorrerem exclusivamente na Serra da Arrábida, sendo que este último se encontra na Lista Vermelha da IUCN.
Clima
O clima da região apresenta características mediterrânicas, com uma clara influência atlântica, sendo marcada por um clima sub-húmido e temperado, com um verão quente e seco e um inverno pouco frio e chuvoso. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 7° C a 30° C e raramente é inferior a 3°C ou superior a 36°C.
